quinta-feira, 31 de março de 2011

O Salvador da Família


Toda família tem seu super-herói, geralmente esse papel é exercido pelo patriarca do clã. Hoje, cada vez mais, temos visto as mulheres ocupando este lugar, pois além de genitoras por excelência , o que já é por si uma tarefa das mais hercúleas, ainda tem tornado-se provedoras das necessidades de sua prole.

Mas, hoje não estou aqui para falar na mudança do papel das mulheres na sociedade contemporânea, apesar de pedir licença aos meus caros leitores, para dar, meus parabéns, atrasado, as nossas leitoras pelo dia internacional da mulher!!

Este mês vou conta-lhes um caso interessante sobre um salvador da pátria em minha família.

Quando criança, quando se reuniam os mais velhos, ao redor da mesa, para conversarem, algumas vezes ouvi comentarem de certo parente, mui rico e poderoso, que vinha de tempos em tempos, de muito longe, para visitar a família.

Nos momentos de dificuldade financeira, em decorrência da queda do preço do algodão, ou nas secas periódicas que assolavam e ainda assolam o Agreste Setentrional, não se desesperavam, pois sempre poderiam contar com o poderoso e rico parente , que de muito longe, vinha em socorro dos seus familiares.

Era uma história que se contava e se recontava, mas que pouco me interessou no momento.

Até que um dia, resolvi saber mais sobre esse personagem "heróico" provedor dos necessitados do seu clã.

Minha tia avó, uma das mais velhas, cuja tinha contato, certo dia me disse que se tratava de um homem abastado, tio de seu pai. Mas nada mais sabia, a não ser, que vinha de muito longe, do sertão, para ajudar os parentes quando necessitavam.

Mas qual o nome do dito cujo?

E de onde viera?

Esse tipo de pergunta era quase sempre proibido na minha família.

Os velhos achavam que era intromissão dos mais jovens, e que estavam a querer saber mais do que deviam saber. Ou será que não sabia mais que isso? Bom, eu só tinha 9 anos, talvez não queriam perde tempo com uma criança curiosa.

Tempos depois, já com os meus 15 anos de idade, e 6 anos de "aporrinhamento", me disseram que o tal salvador da família, vinha de muito longe, não se sabe se do sertão o de além-mar.

Além mar ? Sim foi o que me dissera, uma prima idosa de minha bisavó.

Ele vinha de Portugal, para visitar a família de tempos em tempos”

Pensei eu, como um homem viria de tão distante, do outro lado do atlântico para visitar a família nas quebradas do sertão?

E ainda mais com certa freqüência?

Como dizemos aqui no Nordeste, “deixe quieto”. E deixei mesmo!

O tempo se passou, os parentes mais antigos se foram, e a duvida ficou.

Eu já devia está acostumado com os mitos familiares. Por várias vezes, ao longo de minha trajetória como pesquisador, o mitos sempre foram meus companheiros.

Então pensei: mais um não irá tirar meu sono. Porém tirava, sempre que pensava sobre o assunto.

Nota do autor (minha): "Não liguem meus caros, é coisa de genealogista. Só sabe desse sentimento quem adora o assunto"

Certo dia, ao fechar minha linha materna, passou pela minha cabeça:

Minha tetravó, d. Filadélfia Pereira da Silva, era irmã caçula do rico e poderoso coronel das glebas sertanejas do Pajeú, Andrelino Pereira da Silva, o famoso Barão do Pajeú.

Opa!!!

Será que era este o poderoso homem que ajudara os meus parentes no Poço Comprido?

Sem confirmação dos parentes mais antigos, pois todos já haviam partido, comecei a analisar as características, que os mesmos haviam passado desse parente, e sua interação com o resto da família. Aí tudo se encaixou perfeitamente.

Porém antes de concluir, vamos a biografia do homem:


Andrelino Pereira da Silva, 1º e único Barão de Pajeú, (c. 1830 — 30 de dezembro de 1901) foi um proprietário rural e político brasileiro, primeiro Prefeito do atual Município de Serra Talhada, Pernambuco, entre 1892 e 1895.


Foi major e coronel da Guarda Nacional, intendente do município, Cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo e Comenda-dor da Imperial Ordem da Rosa, agraciado com o título de barão por Dom Pedro II em 10 de dezembro de 1888.

O Barão do Pajeú, Senhor da antiga Fazenda Pitombeira em Serra Talhada, Pernambuco, era bisneto do fidalgo José Carlos Rodrigues — Patriarca da poderosa família Pereira — e de Dona Ana Joana Pereira da Cunha descendentes, por varias linhas, da Casa da Torre de Garcia D Ávila e colonizadores do sertão pernambucano através dos Rios São Francisco e Pajeú.(¹)

Ele foi um homem que zelava pela boa vizinhança, e também em manter fortes os laços dos seus familiares.

Sobre seu temperamento, o Barão, era tido como um homem de paz, que sempre fazia o bem aos seus conterrâneos, desde os mais pobres dos caboclos até os mais abastados aliados.

Essa característica de sua personalidade, o fez homem bem quisto na região, sendo a fazenda Pitombeira, sua residência e quartel general, parada obrigatória de amigos e aliados políticos.

Quando faleceu, os rumores caíram logo sobre uma velha "peleja" de família, que havia se iniciado em 1834, entre os Pereira da Ribeira do Pajeú e os Alves Carvalhos.

A Baronesa do Pajeú, D. Francisca da Silva, conhecida como dona Chiquinha, inconformada pela morte do marido, cobrou vingança do seu clã em honra de seu marido.

A minha mãe ainda recorda de seu avô, Miguel Amâncio Pereira da Silva , dizer ao repreender suas netas em suas “encrencas” de criança.

"Mais essas meninas herdaram o sangue de Chiquinha. O que é de raça lastra"

Quanto a sua vinda ao Poço Comprido, digo do Barão, eu não duvido, é um forte candidato a assumir a posição do misterioso "provedor da Família".

(¹) http://www.casadatorre.org.br/bpajeu.htm

domingo, 2 de janeiro de 2011

Os Pereiras da Ribeira do Pajeú



Este seria o título adequado para definir os Almanço Pereira da Silva da Faz. Poço Comprido, atual distrito do município de Sta. Cruz do Capibaribe, agreste Pernambucano.

Por anos tentei reunir todos os possíveis dados sobre os meus Pereiras, sem grande sucesso.
Apesar de por um tempo, ter acreditado que as raízes dos Amâncio Pereira, estivessem ligadas, em algum lugar no passado, aos Pereira da Silva.

Assim, como não querendo nada, o Silva desapareceu da minha família, complicando meu trabalho de investigação.

O Meu antepassado mais antigo, ligado aos Pereira da Ribeira do Pajeú, foi meu trisavô, José Amâncio Pereira, que ainda vivia em meados de 1941, aos 86, com uma saúde de ferro na Faz. Poço Comprido, no Agreste Pernambucano.

Isto é comprovado pela sua disposição em comparecer como testemunha do óbito de seu parente, José Joaquim dos Santos, como consta no registro n°126 - Livro de Óbitos da Vila do Pará, distrito de Taquaritinga do Norte, em 8 de Setembro de 1941.

Vale salientar que a vila do Pará, dista da Faz. Poço Comprido, 35 km,. Um percurso demasiadamente longo para um senhor de idade.


Ele casou com minha trisavó, d. Christina Maria da Conceição, que era bem menina, segundo a tradição familiar.

Ambos eram parentes, pois descendiam, (eram bisnetos), do velho latifundiário e capitão-mor da Ribeira do Pajeú, Aniceto Nunes da Silva e de sua esposa, d. Antônia Lourenço de Aragão.

Ele, o capitão-mor, era filho do sesmeiro Manuel Nunes da Silva e d. Francisca das Chagas Pimentel, e Ela, sua esposa, era filha de um fidalgo da Casa da Torre de Garcia D’Ávila na Bahia, d. Ignácio de Aragão Osório e sua esposa Maria Francisca de Jesus, natural do Sergipe Del Rey.

O velho Manuel Nunes da Silva, recebeu sesmaria no inicio do século XVIII, na Ribeira do Pajeú, e comprou outras propriedades como a Faz. Poço Comprido a Ordem dos Padres coletores de S. Felipe Nery, a quem deixa como herança ao seu filho, Aniceto Nunes da Silva.

Assim é que parte dos Nunes migra do Sertão para o Agreste Setentrional, em fins do século XVIII, dando inicio a muitos clãs Tradicionais da região como: Nunes Pereira, Pereira Nunes, Pereira das Neves, Galdino da Silva e Amâncio Pereira.

Uma das filhas do abastardo capitão-mor Aniceto Nunes da Silva foi d. Francisca Nunes da Silva, que se casou com o Comandante superior de Flores, Ingazeira e Vila Bela, Manuel Pereira da Silva.

Esse Manuel Pereira da Silva, que recebeu comendas de Cavaleiro de Cristo e da Imperial Ordem da Rosa, era filho José Pereira da Silva, o velho patriarca dos Pereiras da Silva da Ribeira do Pajeú, como nos assinalou o pesquisador José Wilson em Roteiro de velhos e grandes sertanejos.

O Adão da Ribeira do Pajeú.


José Pereira da Silva era natural da Sesmaria do Inhamuns no sertão do Ceará.
Segundo uma lenda corrente na família Alves Feitosa, José Pereira da Silva era filho do primeiro casamento de d. Catharina Cardoso da Rocha Rezende Macrina com Manuel Pereira do Canto.

O Manuel do Canto, chega a Salvador na Bahia, na primeira metade do século XVIII, vindo de Portugal na mesma caravela que trouxe Leonel de Alencar Rego, que anos mais tarde, veio a se casar com sua filha d. Maria da Assunção. (ver Família Alencar no Brasil)

Sobre d. Catharina Cardoso da Rocha Rezende Macrina, que se casa, 2ª núpcias, com o Sesmeiro Francisco Alves Feitosa no alto Inhamuns, sabemos, por escritos de Nelson Barbalho da Siqueira, que era descendente de Catharina de Albuquerque, a velha, e do florentino Filipo di Giovani di Cavalcanti.

Eu como sou curioso, fui atrás dessa ligação com os Albuquerques.

Com base nos escritos de J.V.Borges da Fonseca, d. Catharina Macrina, era filha de um Bezerra de Menezes com d. Paula Martins (tt°Martins Chaves), aí está sua ligação com os Cavalcanti de Albuquerque, subinso pelos Bezerra de Menezes.

Mas voltando ao casamento de d. Francisca Nunes da Silva e Manuel Pereira da Silva, entre os filhos do casal estava o famoso Barão do Pajeú, de quem falarei posteriormente, pois quem nos interessa agora é sua 5ª filha, d. Joaquina Pereira da Silva, que se casou com seu primo José Mateus Pereira da Silva, filho de João Pereira da Silva e d. Antonio de Sá, n.p de José Pereira da Silva, "o Adão do Pajeú" e n.m de José Mariano de Sá e d. Quitéria Rodrigues do Nascimento.

Por linha materna ligada a Casa da Torre, e por linha paterna ligada ao Capital José Gomes de Sá e d. Antonia da Matta Caldeira, neta do capitão-mor Nicolau Pacheco Aranha.

Mais adiante, esses Pereiras, irão se cruzar com os Gomes de Souza, descendentes do primeiro casamento de d. Antônia da Matta Caldeira com o Sesmeiro Manuel Gomes de Sousa, dos Goméz d’Sossa de Castela

Entre os filhos d. Joaquina Pereira da Silva e José Mateus Pereira da Silva, nasceu sua única filha, d. Filadélfia Pereira da Silva, que se casou com seu primo Deodato Pereira da Silva, e tiveram entre muitos filhos José Amâncio Pereira, meu trisavô materno.

Em memória de minha tetravó, meu trisavô José Amâncio Pereira, pôs o nome de sua filha caçula Filadélfia, que faleceu com mais de 90 anos, na cidade do Bonito - PE, em 2002.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Do Mestre João da Paz aos Barros Correa de Pernambuco


Sempre quis escrever algo sobre os Barros Correa, de quem descendo por linha materno-paterna, como também, muitas outras famílias brasileiras, com raízes na Nova Lusitânia Duartina.

O primeiro que nos trás alusão aos Barros Corrêa é o genealogista Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, em sua Nobiliarchia Pernambvcana.

No vol. 2, página 407, no Tt° que trata da sucessão de D. Antônia de Albuquerque, filha de Jerônimo de Albuquerque Gomide e da índia Maria do Espírito Santo Arcoverde, encontramos uma neta chamada D. Luisa de Albuquerque. Ela foi casada com João Barros Correa, sobrinho de Fellipe Diniz, que não deixou descendência, fazendo seu herdeiro o sobrinho.


O João Barros Correa era filho de sua irmã, d. Branca Carvalho casado com Heitor Barros Correa, natural do Porto, Portugal.


Nada mais nos é revelado pelo genealogista sobre as origens do português João Barros Correa. Porém (¹) José Antônio Gonçalves de Mello, nos diz que em 1623, era Fellipe Diniz da Paz, XN (²), o senhor do Eng. Suassuna, entre outros. Isso, de cara, já confirma os motivos de Borges da Fonseca não ter revelado mais nada sobre os antepassados dos Barros Correa em Pernambuco.



Os problemas dos Barros Correa com suas origens não só caia sobre o tio materno de João Barros Correa, e sim sobre sua mãe, d. Branca Carvalho, que foi presa pelo Sto. Ofício em Coimbra, Portugal, no dia 19 de Setembro de 1618, acusada de Judaísmo. E só libertada, em 11 de Maio de 1620, onde: "foram-lhes passados termos de soltura e segredo, e de ida e Penitencia (...)"...


Conforme nos diz o processo, d. Branca Carvalho, era filha do Dr. Heitor Mendes da Paz, Advogado, e d. Isabel de Carvalho, esta ultima veio a ser incomodada pelo Sto. Oficio, em 26 de Fevereiro de 1543, Lamego, Portugal. Acusação: Judaísmo.

Com os dados dos Processos movidos pela Inquisição, sobre mãe e filha, podemos construir a arvore genealogia de João Barros Correa, o patriarca dos Barros Correa de Pernambuco.

1. João Barros Correa, nascido no Porto, Portugal. Casado com d. Luisa de Albuquerque, filha de Jorge Leitão de Albuquerque II e d. Magdalena Barbosa.

2. Ld° Heitor Barros Correa, natural do Porto, já falecido em 1543.

3. D. Branca de Carvalho, ainda era viva em 1620, natural do Porto, Portugal, foi Irma de Fellipe Deniz da Paz, que viveu em Pernambuco, e de Henrique de Carvalho. PT-TT-TSO/IC/25/3212

6. Dr. Heitor Mendes da Paz, mercador e Advogado, residente em Lamego, na Rua Nova, Portugal.
7. D. Isabel de Carvalho, ainda vivia em 1544, Natural de Lamego, Portugal, segundo outros depoimentos, praticava a circuncisão dos meninos, momentos depois de os nados terem recebido o baptismo na Igreja da Almacave. PT/TT/TSO-IL/028/03638

12. Rui Mendes de Vasconcellos, Mais tarde, aquando dos tempos conturbados da “conversão geral” de 1496-97, Rui Mendes, sendo um dos judeus que permanece em Portugal, recorre para a Chancelaria régia , rogando por confirmação da doação dos canais, pescarias e vargas do Douro em Lamego. Tinha entretanto cessado as funções de vedor do
Bispado da cidade, e ido incorporar a Fazenda régia no honroso cargo de Contador do Entre Douro e Minho..(³)

13.D. Justa da Paz, irmã de João, Mestre Espanha (Séc. XV) - Lisboa (Séc. XVI) Físico e cirurgião do rei Dom Manuel I, era de origem XN, sendo que alguns autores o apontam como Mestre João Farah, natural de Castela.




(¹) - Gente da nação: cristãos-novos e judeus em Pernambuco, 1542-1654,José G. Mello Neto.
(²) - XN - abreviação de Cristão-novo
(³) - Ibidem, Vol. IV (1495-1521), Lisboa, 1983, Doc. 98

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Árvore de Costados de minha Trisavó Hermelinda Mendes Cahu


Fiz pelo método Stradonitz, o indivíduo em quem se inicia a representação da árvore tem o nº 1; os pais terão os números 2 e 3; os avós terão os números de 4 a 7, e assim por diante.





1.1 D. Hermelinda Juliana Mendes da Silva,

Nasc. 1881 no Engenho Capelinha da Muribeca dos Guararapes - PE


1.2 Maj. Ignácio Mendes Cahu

Nasc. 1845 no Engenho Salgadinho da Muribeca dos Guararapes - PE


1.3 D. Ignês Mendes de Sousa Leão

Nasc. 1865 no Engenho Cidade de Paris no Cabo de Sto. Agostinho - PE


1.4 Tte. José Joaquim dos Santos Cahu

Nasc. Na década de 20 do Século XIX.


1.5 D. Maria do Nascimento de Jesus

Nasc. 1831 na Vila do Cabo de Santo Agostinho – PE


1.6 Cap. João Cavalcanti de Sousa Leão

Nasc. 1823 na Vila de Sto. Amaro de Jaboatão – PE


1.7 D. Luzia Dantas de Albuquerque

Nasc. 1840 no Engenho Quiaombo – Muribeca dos Guararapes – PE


1.8 Jacob Cahu (?)


1.9 ?


1.10 . Miguel Mendes da Silva

Nasc. 1801, freguesia do Cabo de Santo Agostinho – PE


1.11. D. Maria Joaquina do Espírito Santo

Nasc. 1806, Freguesia do Cabo de Santo Agostinho – PE


1.12 Com.dor Antônio de Paula Sousa Leão

Nasc. 1788 S. Antônio de Jaboatão – PE(¹)


1.13 D. Tereza Vitória Bezerra da Silva Cavalcanti

Nasc. ? Engenho S. Bartolomeu da Muribeca dos Guararapes – PE


1.14 Cap.Silvestre Dantas de Lima

Nasc. 1825 – Pernambuco


1.15 D. Maria Arcângela de Albuquerque Lima

Nasc. 1820, Freguesia de Sto. Amaro de Jaboatão – PE


(¹) Só me é possivel no momento seguir mais adiante pela Linha Souza Leão

domingo, 18 de julho de 2010

Família CAHU/CAHÚ – Um Subsídio genealógico.

Já se vão 12 anos pesquisando o que o tempo ajudou a ocultar, e uma coisa descobrir: nunca deixei de ser criança, só troquei de hobby...

Quando moleque adorava colecionar figurinhas do He-Man, Jaspion e Changeman...


Aos 10 anos comecei um novo hobby, colecionar chaveiros. E assim que entrei na adolescência, incentivado pela minha tia, comecei a colecionar moedas e cédulas antigas.


Uma de minhas raridades era uma moeda de 100 Contos de Réis datada de 1878. Bom, ainda na adolescência comecei minhas leituras de biografias. Acredito que isso aguçou meu interesse por genealogia.


Nos últimos meses venho me dedicando, com bastante afinco, aos meus Mendes Cahu, de quem descendo pela minha trisavó paterna Hermelinda Juliana Mendes Cahu.


No magno opus escrita pelo Bueno e Carlos Eduardo Barata, encontrei uma verbete tratando sobre a família Cahu/Cahú.

O Dicionário das Famílias Brasileiras trás: “(...) família cuja pertenceu Dr. Pedro Hipólito de Mello Cahu que foi bacharel em 1896, advogado em Pernambuco (...)


Tenho percebido em minhas pesquisas que os Santos Cahu são bem mais antigos que os Mello Cahu, sendo que no *DFB, falar dessa família na pessoa do Bacharel Pedro Hipólito de Mello Cahu, nascido em meados em fins da década de 60 do século XIX, sendo porém que o Tte. José Joaquim de Santos Cahu, meu 6° avô, nasceu na década de 20 do século XIX.

Uma boa razão para acreditar que os Santos Cahu venham primeiro que os Mello Cahu está na repetição dos homônimos. Por exemplo, houve um José Joaquim de Mello Cahu, na década de 40 do século XIX, isso me leva a crer que esse último descenda do primeiro. Bom o tempo nos dirá...

Porém fica a pergunta: De onde vem a alcunha Cahú/Cahu?

Onomasticamente falando, lembremo-nos do patriotismo de muitos brasileiros de uma recém forjada pátria, onde muitos largaram seus sobrenomes portugueses em troca de uma identidade nacional. Assim muitos abandonaram seus alcunhas portugueses, adotando nomes de origem indígena. Um breve momento nativista que seu perdeu no tempo, porém que deixou marca em muitas famílias até os dias de hoje, um entusiasmo vivido outrora pela elite brasileira.

Assim encontramos os Cahú como toponímico, nome de um velho Engenho localizado nos arredores de Igarassú, que pertenceu a família Ribeiro da Silva no século XVIII.
Segundo escreveu Mário Melo, o topônimo é de origem Tupi (Indígena), vem da corrupção cáa-y, que quer dizer rio da mata.

Porém lendo Cunha Bueno e Barata, encontrei outros alcunhas que me chamaram atenção.

Na mesma página encontramos mais duas famílias, os Cahet e os Cahen, a primeira radicada em Alagoas nos fins do Século XIX e a segunda de origem Franco-judaica.

Os Cahen me chamaram atenção simplesmente por ser um alcunha encontrado nas formas Cahun e Caen. Porém não passaria se uma coincidência onomástica tudo isso, se não fosse o mais velho Cahu encontrado em Pernambuco.

No ano de 1842 se encontrava em Fortaleza na província do Ceará um mascate e comerciante de escravos chamados Jacob Cahu, era originário de Pernambuco, de onde comprava escravos e os vendia na província do Ceará.

Sobre essa figura, nada ainda sei, mas do que citei acima, porém, acredito está perto da solucionar mais um mistério encoberto pelo tempo.

O sentimento de está próximo de algo que o tempo fez questão de encobrir é excitante, o mesmo sentimento que sentia por uma daquelas figurinhas raras do Jaspion quando era moleque...

Bom, ainda sou, só troquei de hobby...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Os Affonso de Albuquerque da Muribeca



Nos últimos anos venho me distraindo com a pesquisa dos meus Albuquerques.
Em Pernambuco, como no restante do Brasil e do Mundo, não será difícil encontrar outros que carreguem o mesmo sobrenome.

Não seria difícil encontrar uma imensidão de parentes, digo bem próximos, ainda descendentes do fidalgo português Jerônimo de Albuquerque Gomide, que aportou por essas bandas do Brasil lá pelos idos anos de 1534.

Mas como um curioso de carteirinha, e sempre guiado pelo espírito de curiosidade, fui me aprofundando no passado da minha gente, até encontrar meu elo de ligação com o primeiro Albuquerque que aportou em Pernambuco.

Esse trabalho consiste no que chamo dos Affonso de Albuquerque da Muribeca, uma forma de diferenciar os meus de tantos outros como os Albuquerque Maranhão, Sá de Albuquerque...

Bom, no meio dessa pesquisa encontrei outras famílias que nem imaginava descender, como por exemplo os Mendes Cahú, família de políticos e Senhores de Engenho. Esses com suas origens no Capitão Manuel Mendes da Silva, natural do Cabo de Sto. Agostinho, que em fins do século XVIII migra para vila de Nossa Senhora do Rosário da Muribeca, atual distrito da Muribeca, hoje pertencente cidade de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Grande Recife.


Um fato curioso é que Jaboatão já foi da Muribeca, e que por certa inadimplência política, passa a ser distrito de quem antes era centro Municipal.
Espero que o irmão de minha trisavó Hermilinda Julianna, o Major Francisco José Mendes Cahú, ligado as arrecadações públicas do extinto município da Muribeca do Guararapes em 1896, não tenha nada haver isso.

Os meus Albuquerques sempre foram cheios orgulho, se diziam legítimos, tanto que quando era criança, acreditava piamente que éramos os únicos com tal sobrenome. Não demorou para descobrir que tinha uma imensidão de primos e primas. E que em Jaboatão, haviam tantos Albuquerques, quanto Silvas, sendo que, os primeiros que citei, todos são parentes em algum lugar na história do povoamento de Pernambuco, descendentes do velho Adão Pernambucano.

Então me indaguei: Se somos os legítimos, quem são esses? Bom, no final da história todos descendem do mesmo Jerônimo de Albuquerque, o mesmo de 1534, que chegou nas Caravelas que traziam seu cunhado, donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, e sua irmã D. Brites de Albuquerque, esposa do donatário.

E agora José: Então de onde deveras esse orgulho besta dos meus?

A minha avó paterna, que é tetraneta do Capitão Francisco Rodrigues de Mello e d.Ana Maria dos Prazeres, ambos proprietário dos sitio Panelas do Miranda, atual de municipios de Panelas - PE, e 8° neta do capitão-mór Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, dos Bezerra Cavalcanti, contava-nos que seu marido era descendente do Pedro de Alcântara e Bragança, primeiro Imperador do Brasil, o nosso D. Pedro I.

Essa estória de trancoso, que ouviamos quando pequenos, sem entender o porquê haver fortunas, já que éramos descendentes de reis, não respondia nem um pouco minha curiosidade.

Porém, quando cheguei à idade dos questionamentos, não poderia passa adiante algo tão infundado, então resolvir investigar.

Conclusão: Já ouviram falar naquela brincadeira do telefone sem fio? Uma história passa por tantas bocas, que quando chega a você já é 90% fantasia? Pois bem, foi o que aconteceu.

Eu como bairrista senti um alívio. Eu, um pernambucano da gêma, descendente do homem que frustrou o sonho Republicano dos Pernambucanos, e que deu a maior parte da então província de Pernambuco à Bahia, a grande Comarca do São Francisco, até hoje sem resolução.

Mas como todo mito, há de ter um fundo de verdade, esclareci o mal entendido histórico.

O meu tetravô Francisco Affonso de Albuquerque, era filho bastardo de um membro da "nobreza pernambucana" e depois Imperial, o Cel. Francisco de Paula de Holanda Cavalcanti de Albuquerque, o primeiro Barão e único Visconde Suassuna, que segundo o genealogista Orlando Cavalcanti, não deixou geração legitimada. Vejam só: de visconde se tornou príncipe o meu pentavô.


As histórias de nossos antepassados costumam ser engrandecidas a cada geração. Acredito que a imagem de poder do Visconde, que foi homem de grande respeito tanto em Pernambuco como no Império na metade do século XIX, corroborou para torná-lo príncipe. Nem que fosse entre os seus.

O meu tetravô era pardo, porém se casou com sua prima, Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque, e todos os seus filhos contraíram núpcias em famílias tidas como "nobrezas" da época, como os Mendes da Silva, Souza Leão, Carneiro Leão, Lopes Campelo, Souza Bandeira, entre outras tantas que se comportavam como fidalgas e só se casavam entre sua gente.

Bom, para não ser tão chato, crendo num ditado que diz:
"Genealogia só não é cansativa para quem é dona dela"
Eu sou uma exceção!...

Aos interessados:http://www.familiaaffonsodealbuquerque.50webs.com/

E até o próximo artigo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Caro Leitor!

É difícil precisar quando a genealogia surgiu, mas o que sabemos ao certo é que seria impossível fazer uma análise historiográfica da sociedade humana sem antes nos depararmos com essa ciência. Isso porque essa a genealogia está intimamente ligada a outras ciências como a sociologia, a economia, a história da arte ou o direito.

Assim como outros saberes, antes do século XIX, a genealogia também foi usada muitas vezes para ostentar um "direto" a uma posição social ou econômica, dividindo injustamente as sociedades em classes, castas ou clã.

Essa provavelmente seja a visão que muitos ainda tem da genealogia em nossos dias, uma ferramenta criada para envaidecer os homens.

O intuito de nosso Blog é destruir esse estereotipo, e pôr essa fantástica ciência ao alcance de todos: "Nos tornando responsáveis pelo nosso destino como seres humanos, pois só o que conhece seu passado pode construir um futuro melhor para os seus”.


Simon Albuquerque