quinta-feira, 20 de maio de 2010

Os Affonso de Albuquerque da Muribeca



Nos últimos anos venho me distraindo com a pesquisa dos meus Albuquerques.
Em Pernambuco, como no restante do Brasil e do Mundo, não será difícil encontrar outros que carreguem o mesmo sobrenome.

Não seria difícil encontrar uma imensidão de parentes, digo bem próximos, ainda descendentes do fidalgo português Jerônimo de Albuquerque Gomide, que aportou por essas bandas do Brasil lá pelos idos anos de 1534.

Mas como um curioso de carteirinha, e sempre guiado pelo espírito de curiosidade, fui me aprofundando no passado da minha gente, até encontrar meu elo de ligação com o primeiro Albuquerque que aportou em Pernambuco.

Esse trabalho consiste no que chamo dos Affonso de Albuquerque da Muribeca, uma forma de diferenciar os meus de tantos outros como os Albuquerque Maranhão, Sá de Albuquerque...

Bom, no meio dessa pesquisa encontrei outras famílias que nem imaginava descender, como por exemplo os Mendes Cahú, família de políticos e Senhores de Engenho. Esses com suas origens no Capitão Manuel Mendes da Silva, natural do Cabo de Sto. Agostinho, que em fins do século XVIII migra para vila de Nossa Senhora do Rosário da Muribeca, atual distrito da Muribeca, hoje pertencente cidade de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Grande Recife.


Um fato curioso é que Jaboatão já foi da Muribeca, e que por certa inadimplência política, passa a ser distrito de quem antes era centro Municipal.
Espero que o irmão de minha trisavó Hermilinda Julianna, o Major Francisco José Mendes Cahú, ligado as arrecadações públicas do extinto município da Muribeca do Guararapes em 1896, não tenha nada haver isso.

Os meus Albuquerques sempre foram cheios orgulho, se diziam legítimos, tanto que quando era criança, acreditava piamente que éramos os únicos com tal sobrenome. Não demorou para descobrir que tinha uma imensidão de primos e primas. E que em Jaboatão, haviam tantos Albuquerques, quanto Silvas, sendo que, os primeiros que citei, todos são parentes em algum lugar na história do povoamento de Pernambuco, descendentes do velho Adão Pernambucano.

Então me indaguei: Se somos os legítimos, quem são esses? Bom, no final da história todos descendem do mesmo Jerônimo de Albuquerque, o mesmo de 1534, que chegou nas Caravelas que traziam seu cunhado, donatário da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira, e sua irmã D. Brites de Albuquerque, esposa do donatário.

E agora José: Então de onde deveras esse orgulho besta dos meus?

A minha avó paterna, que é tetraneta do Capitão Francisco Rodrigues de Mello e d.Ana Maria dos Prazeres, ambos proprietário dos sitio Panelas do Miranda, atual de municipios de Panelas - PE, e 8° neta do capitão-mór Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, dos Bezerra Cavalcanti, contava-nos que seu marido era descendente do Pedro de Alcântara e Bragança, primeiro Imperador do Brasil, o nosso D. Pedro I.

Essa estória de trancoso, que ouviamos quando pequenos, sem entender o porquê haver fortunas, já que éramos descendentes de reis, não respondia nem um pouco minha curiosidade.

Porém, quando cheguei à idade dos questionamentos, não poderia passa adiante algo tão infundado, então resolvir investigar.

Conclusão: Já ouviram falar naquela brincadeira do telefone sem fio? Uma história passa por tantas bocas, que quando chega a você já é 90% fantasia? Pois bem, foi o que aconteceu.

Eu como bairrista senti um alívio. Eu, um pernambucano da gêma, descendente do homem que frustrou o sonho Republicano dos Pernambucanos, e que deu a maior parte da então província de Pernambuco à Bahia, a grande Comarca do São Francisco, até hoje sem resolução.

Mas como todo mito, há de ter um fundo de verdade, esclareci o mal entendido histórico.

O meu tetravô Francisco Affonso de Albuquerque, era filho bastardo de um membro da "nobreza pernambucana" e depois Imperial, o Cel. Francisco de Paula de Holanda Cavalcanti de Albuquerque, o primeiro Barão e único Visconde Suassuna, que segundo o genealogista Orlando Cavalcanti, não deixou geração legitimada. Vejam só: de visconde se tornou príncipe o meu pentavô.


As histórias de nossos antepassados costumam ser engrandecidas a cada geração. Acredito que a imagem de poder do Visconde, que foi homem de grande respeito tanto em Pernambuco como no Império na metade do século XIX, corroborou para torná-lo príncipe. Nem que fosse entre os seus.

O meu tetravô era pardo, porém se casou com sua prima, Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque, e todos os seus filhos contraíram núpcias em famílias tidas como "nobrezas" da época, como os Mendes da Silva, Souza Leão, Carneiro Leão, Lopes Campelo, Souza Bandeira, entre outras tantas que se comportavam como fidalgas e só se casavam entre sua gente.

Bom, para não ser tão chato, crendo num ditado que diz:
"Genealogia só não é cansativa para quem é dona dela"
Eu sou uma exceção!...

Aos interessados:http://www.familiaaffonsodealbuquerque.50webs.com/

E até o próximo artigo.