domingo, 2 de janeiro de 2011

Os Pereiras da Ribeira do Pajeú



Este seria o título adequado para definir os Almanço Pereira da Silva da Faz. Poço Comprido, atual distrito do município de Sta. Cruz do Capibaribe, agreste Pernambucano.

Por anos tentei reunir todos os possíveis dados sobre os meus Pereiras, sem grande sucesso.
Apesar de por um tempo, ter acreditado que as raízes dos Amâncio Pereira, estivessem ligadas, em algum lugar no passado, aos Pereira da Silva.

Assim, como não querendo nada, o Silva desapareceu da minha família, complicando meu trabalho de investigação.

O Meu antepassado mais antigo, ligado aos Pereira da Ribeira do Pajeú, foi meu trisavô, José Amâncio Pereira, que ainda vivia em meados de 1941, aos 86, com uma saúde de ferro na Faz. Poço Comprido, no Agreste Pernambucano.

Isto é comprovado pela sua disposição em comparecer como testemunha do óbito de seu parente, José Joaquim dos Santos, como consta no registro n°126 - Livro de Óbitos da Vila do Pará, distrito de Taquaritinga do Norte, em 8 de Setembro de 1941.

Vale salientar que a vila do Pará, dista da Faz. Poço Comprido, 35 km,. Um percurso demasiadamente longo para um senhor de idade.


Ele casou com minha trisavó, d. Christina Maria da Conceição, que era bem menina, segundo a tradição familiar.

Ambos eram parentes, pois descendiam, (eram bisnetos), do velho latifundiário e capitão-mor da Ribeira do Pajeú, Aniceto Nunes da Silva e de sua esposa, d. Antônia Lourenço de Aragão.

Ele, o capitão-mor, era filho do sesmeiro Manuel Nunes da Silva e d. Francisca das Chagas Pimentel, e Ela, sua esposa, era filha de um fidalgo da Casa da Torre de Garcia D’Ávila na Bahia, d. Ignácio de Aragão Osório e sua esposa Maria Francisca de Jesus, natural do Sergipe Del Rey.

O velho Manuel Nunes da Silva, recebeu sesmaria no inicio do século XVIII, na Ribeira do Pajeú, e comprou outras propriedades como a Faz. Poço Comprido a Ordem dos Padres coletores de S. Felipe Nery, a quem deixa como herança ao seu filho, Aniceto Nunes da Silva.

Assim é que parte dos Nunes migra do Sertão para o Agreste Setentrional, em fins do século XVIII, dando inicio a muitos clãs Tradicionais da região como: Nunes Pereira, Pereira Nunes, Pereira das Neves, Galdino da Silva e Amâncio Pereira.

Uma das filhas do abastardo capitão-mor Aniceto Nunes da Silva foi d. Francisca Nunes da Silva, que se casou com o Comandante superior de Flores, Ingazeira e Vila Bela, Manuel Pereira da Silva.

Esse Manuel Pereira da Silva, que recebeu comendas de Cavaleiro de Cristo e da Imperial Ordem da Rosa, era filho José Pereira da Silva, o velho patriarca dos Pereiras da Silva da Ribeira do Pajeú, como nos assinalou o pesquisador José Wilson em Roteiro de velhos e grandes sertanejos.

O Adão da Ribeira do Pajeú.


José Pereira da Silva era natural da Sesmaria do Inhamuns no sertão do Ceará.
Segundo uma lenda corrente na família Alves Feitosa, José Pereira da Silva era filho do primeiro casamento de d. Catharina Cardoso da Rocha Rezende Macrina com Manuel Pereira do Canto.

O Manuel do Canto, chega a Salvador na Bahia, na primeira metade do século XVIII, vindo de Portugal na mesma caravela que trouxe Leonel de Alencar Rego, que anos mais tarde, veio a se casar com sua filha d. Maria da Assunção. (ver Família Alencar no Brasil)

Sobre d. Catharina Cardoso da Rocha Rezende Macrina, que se casa, 2ª núpcias, com o Sesmeiro Francisco Alves Feitosa no alto Inhamuns, sabemos, por escritos de Nelson Barbalho da Siqueira, que era descendente de Catharina de Albuquerque, a velha, e do florentino Filipo di Giovani di Cavalcanti.

Eu como sou curioso, fui atrás dessa ligação com os Albuquerques.

Com base nos escritos de J.V.Borges da Fonseca, d. Catharina Macrina, era filha de um Bezerra de Menezes com d. Paula Martins (tt°Martins Chaves), aí está sua ligação com os Cavalcanti de Albuquerque, subinso pelos Bezerra de Menezes.

Mas voltando ao casamento de d. Francisca Nunes da Silva e Manuel Pereira da Silva, entre os filhos do casal estava o famoso Barão do Pajeú, de quem falarei posteriormente, pois quem nos interessa agora é sua 5ª filha, d. Joaquina Pereira da Silva, que se casou com seu primo José Mateus Pereira da Silva, filho de João Pereira da Silva e d. Antonio de Sá, n.p de José Pereira da Silva, "o Adão do Pajeú" e n.m de José Mariano de Sá e d. Quitéria Rodrigues do Nascimento.

Por linha materna ligada a Casa da Torre, e por linha paterna ligada ao Capital José Gomes de Sá e d. Antonia da Matta Caldeira, neta do capitão-mor Nicolau Pacheco Aranha.

Mais adiante, esses Pereiras, irão se cruzar com os Gomes de Souza, descendentes do primeiro casamento de d. Antônia da Matta Caldeira com o Sesmeiro Manuel Gomes de Sousa, dos Goméz d’Sossa de Castela

Entre os filhos d. Joaquina Pereira da Silva e José Mateus Pereira da Silva, nasceu sua única filha, d. Filadélfia Pereira da Silva, que se casou com seu primo Deodato Pereira da Silva, e tiveram entre muitos filhos José Amâncio Pereira, meu trisavô materno.

Em memória de minha tetravó, meu trisavô José Amâncio Pereira, pôs o nome de sua filha caçula Filadélfia, que faleceu com mais de 90 anos, na cidade do Bonito - PE, em 2002.